ARTIGO
Uso do Cigarro Eletrônico e Conhecimento das Lesões Pulmonares Associadas Ao E-cig Entre os Acadêmicos da Área da Saúde
Autores: Rebecca Gonçalves de Oliveira Lima<br />
Kleber Pissolatti Pellucci
Palavras-chave: Vaping; Cigarro eletrônico; E-cig; Estudantes; EVALI. Vaping; Electronic cigarette; E-cig; Students; EVALI.
Resumo: Introdução: Apesar da redução de fumantes no Brasil nos últimos dez anos, cerca de 22 milhões aindapraticam o hábito. O cigarro eletrônico tem se popularizado como alternativa ao cigarro convencional,especialmente entre jovens-adultos. Contudo o aumento exponencial do uso enfrenta desafios de falta decontrole de qualidade e regulamentação, tornando incerto o potencial de riscos à saúde. A Covitel estimouque 1 em cada 5 jovens de 18 a 24 anos usa cigarro eletrônico no Brasil, apesar da proibição da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização desses dispositivos. O crescimento do usode cigarros eletrônicos está associado a riscos crescentes de lesões pulmonares, como a Evali (e-cigarretteor vaping use-associated lung injury), que decorre da presença de solventes e aditivos utilizados nessesdispositivos, os quais provocam um tipo de reação inflamatória no pulmão, resultando em complicaçõespulmonares graves. Nos EUA, até janeiro de 2020, foram registrados 2.711 casos de Evali e 68 mortesconfirmadas. No Brasil, em agosto de 2020, a Anvisa já havia notificado sete casos. O rápido crescimentodo mercado e a presença ilegal desses dispositivos no Brasil destacam a necessidade de que os profissionaisde saúde estejam atualizados e preparados para orientar os pacientes sobre o uso desses dispositivos.Objetivo: Avaliar a prevalência do uso de cigarro eletrônico e o grau de conhecimento sobre os riscos delesões pulmonares entre acadêmicos da saúde em uma instituição de Ensino Superior em São Paulo. Método:Estudo observacional transversal, quantitativo e descritivo, envolvendo 406 estudantes da área da saúde,matriculados no curso de graduação em uma instituição de Ensino Superior em 2022. Para o levantamentodos dados, foi utilizado um questionário fechado e sigiloso, via Google Forms, auto preenchido, semidentificação do estudante e do curso, padronizado e desenvolvido pelos autores desta pesquisa, com baseem questionários da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o uso de tabaco. Tais instrumentos foramadaptados para este estudo. Resultados: Dos 406 participantes, 43,6% eram tabagistas, dos quais, 28,8%faziam uso de cigarro eletrônico. A maioria dos estudantes informaram que utilizam cigarro eletrônico e12,3% experimentaram pelo menos uma vez. Cerca de 45,8% dos entrevistados não se sentem preparadospara abordar questões sobre cigarro eletrônico com pacientes, entretanto a maioria dos usuários de cigarroeletrônico acredita estar preparada para responder a tais questionamentos. Do total de participantes, 54,9%acreditam que o cigarro eletrônico é mais perigoso do que o convencional e, quando questionados sobre osriscos atrelados ao cigarro eletrônico, a resposta mais comum foi “diminuição da função pulmonar”; apenas11,2% atribuíram o risco à Evali. Ademais, quando questionados sobre se o cigarro eletrônico poderia levara danos à saúde em longo prazo, cerca de 99,5% afirmaram que sim e somente 43,8% responderam queconhecem ou já ouviram falar sobre Evali. Conclusão: Os resultados destacam a importância de abordagenseducacionais mais abrangentes sobre o uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre estudantes daárea da saúde. Estratégias de prevenção e intervenção devem ser implementadas para abordar lacunas noconhecimento e promover uma compreensão mais completa dos riscos associados ao cigarro eletrônico.Essa abordagem proativa é fundamental para equipar os futuros profissionais da saúde com as informaçõesnecessárias para orientar seus pacientes de maneira...
Título em Inglês: Use Of Electronic Cigarettes And Knowledge Of Lung Injuries Associated With E-cig Among Healthcare Students
Resumo em Inglês: Introduction: Despite the reduction in the number of smokers in Brazil over the last ten years, around 22million still practice the habit. Electronic cigarettes have become popular as an alternative to conventionalcigarettes, especially among young adults. However, the exponential increase in use faces challenges oflack of quality control and regulation, making the potential health risks uncertain. Covitel estimated that1 in 5 young people aged 18 to 24 use e-cigarettes in Brazil, despite Anvisa’s ban on the sale of thesedevices. The growing use of e- cigarettes is associated with increasing risks of lung damage, such as Evali(e-cigarrette or vaping use-associated lung), which occurs due to the solvents and additives used in thesedevices, which cause a type of inflammatory reaction in the organ resulting in serious lung complications. Inthe USA, as of January 2020, 2.711 cases of Evali have been reported and 68 deaths have been confirmed.In Brazil, in August 2020, Anvisa had already notified seven cases. The fast growth of the market and theillegal presence of these devices in Brazil highlight the need for health professionals to be up-to-date andprepared to advise patients on the use of these devices. Objective: To assess the prevalence of electroniccigarette use and knowledge about the risks of lung damage among health academics at a higher educationinstitution in São Paulo. Method: Cross-sectional, quantitative and descriptive observational study involving406 health students enrolled in the undergraduate course at the institution of higher education studiedin 2022. For data collection, a closed and confidential questionnaire will be used via Google Forms, selfcompleted, without identification of the student and the course, standardized and developed by the authorsbased on questionnaires adapted from tobacco use by the WHO. Results: Of the 406 participants, 43.6%were smokers, with 28.8% using electronic cigarettes. The majority of students do not use e-cigarettes,but 12.3% have tried them at least once. Around 45.8% of those interviewed did not feel prepared to talkto patients about e-cigarettes; however, the majority of e-cigarette users believed they were prepared toanswer such questions. Of all the participants, 54.9% believe that e-cigarettes are more dangerous thanconventional cigarettes and, when asked about the risks associated with e-cigarettes, the most commonanswer was “decreased lung function”, with only 11.2% attributing as a risk. Furthermore, when askedwhether e-cigarettes could lead to long-term health damage, around 99.5% said yes and only 43.8% saidthey knew or had heard of Evali. Conclusion: The results highlight the importance of more comprehensiveeducational approaches to e-cigarette use, especially among health students. Prevention and interventionstrategies should be implemented to address gaps in knowledge and promote a fuller understanding of therisks associated with e-cigarettes. This proactive approach is key to equipping future healthcare professionalswith the information they need to counsel their patients effectively.
DOI: https://doi.org/10.63080/amhe.v3n1.p43-51
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