ARTIGO
Manejo da Anticoagulação Em Pacientes Portadores de Fibrilaçãoatrial Não Valvar Permanente na Atenção Primária à Saúde
Autores: Vanessa de Souza Bastos<br />
Martim Elviro de Medeiros Junior<br />
Maria Sheila Guimarães Rocha
Palavras-chave: anticoagulação, APS e FA, anticoagulation. AF and PHC.
Resumo: A Fibrilação Atrial (FA) tornou-se um importante problema de saúde pública, com grande consumo de recursos em saúde. Apresenta importante repercussão na qualidade de vida, em especial devido a suas consequências clínicas, fenômenos tromboembólicos e alterações cognitivas. Uma vez diagnosticada a FA, ela pode ser classificada como: paroxística, persistente e permanente, tendo como critérios para tais designações a duração do evento. A maioria dos casos são classificados como permanentes, tendo uma conduta para ser seguida de acordo com cada classificação. O principal tratamento na maioria dos casos com diagnostico de permanente é o controle da frequência cardíaca e o padrão outro à anticoagulação, para assim se evitarem eventos tromboembólicos.1,4. Nem todos os pacientes com FA evoluem com tromboembolismo sistêmico, indicando que outros fatores estão presentes nessa condição e que sua identificação pode facilitar a indicação e tornar menos empírico o tratamento com anticoagulantes orais nos pacientes acometidos. Para uma melhor estratificação, tem sido usado o score CHA2DS2VASC, os critérios são os seguintes: cardiopatia, hipertensão, idade acima de 75 anos, AVE ou AIT prévio, diabetes, idade acima de 65 anos, doença vascular e sexo feminino. Cada critério pontua1, exceto idade acima de 75 anos e AVE ou AIT prévio. Esses pacientes, muitas vezes, são diagnosticados na atenção primária à saúde (APS) ou, mesmo após o diagnóstico na atenção secundária (cardiologia, por exemplo), são referenciados de volta para a APS, e não existe um protocolo próprio, baseado nos principais guidelines para que esses pacientes sejam manejados no ambiente da atenção primária; o controle destes é feito de acordo com os moldes que o médico responsável dita, não havendo uma padronização. O objetivo deste trabalho é avaliar o conhecimento sobre FA dos médicos da APS e como eles conduzem os casos; ademais, pretende-se averiguar a aplicação de scores como CHA2DS2VASC e HAS BLED no manejo da anticoagulação na APS. Metodologicamente, foram entrevistados 43 médicos Responsáveis Técnicos (RT) por Unidades Básicas de Saúde (UBS) durante reunião de RTs da Atenção Primária à Saúde (APS) no prédio da central da APS localizado na Rua Harry Dannemberg, 276 – Itaquera, São Paulo-SP, 08270-010, para reciclagem desses profissionais. A ARCHIVES OF MEDICINE, HEALTH AND EDUCATION. 2023. v.1 n.1, p.78-98 Página | 79 pesquisa ocorreu durante dois dias, 26 e 27 de novembro. Como resultado, por meio deste trabalho, foi possível constatar, pelas respostas ao questionário feito para a amostra de médicos da APS estudada, que eles não se sentem confortáveis com o tema anticoagulação e não possuem conhecimentos suficientes para tal (a grande maioria). Em suma, apesar de não se sentirem seguros com o manejo da anticoagulação, mostraram-se receptivos ao darem sugestões como capacitação (“precisamos de aulas sobre o tema”, “oficina sobre o tema” e “criação de protocolo para...
Título em Inglês: ANTICOAGULATION TREATMENT IN PATIENTS WITH PERMANENT NONVALVAR ATRIAL FIBRILATION IN PRIMARY HEALTH CARE
Resumo em Inglês: Atrial Fibrillation (AF) has become an important public healthproblem, with large consumption of health resources. It has animportant impact on quality of life, especially due to its clinicalconsequences, thromboembolic phenomena and cognitivechanges. Once AF is diagnosed, it can be classified as: paroxysmal,persistent and permanent, with the duration of the event as criteriafor such designations. Most cases are classified as permanent, witha course to be followed according to each classification. The maintreatment in most cases with permanent diagnosis is the control ofheart rate, and another standard is anticoagulation, to avoidthromboembolic events.1,4. Not all patients with AF evolve withsystemic thromboembolism, indicating that other factors arepresent in this condition, and that their identification may facilitatethe indication and make treatment with oral anticoagulants lessaffected in the affected patients. For a better stratification, theCHA2DS2VASC score has been used, and the criteria are thefollowing: Heart Disease, Hypertension, age above 75 years,previous stroke or TIA, diabetes, age above 65 years, vasculardisease and female gender. Each criterion scores 1, except ageabove 75 years and previous AVE or AIT. These patients are oftendiagnosed in primary health care (PHC), or even after diagnosis insecondary care (cardiology, for example); they are referred backto PHC, and there is no specific protocol, based on the mainguidelines for these patients to be managed in the primary careenvironment, their control is done according to the molds that theresponsible doctor dictates, there being no standardization. The aimof this work is not only assessing PHC doctors' knowledge of AF andhow they handle cases, but also investigating the application ofscores, such as CHA2DS2VASC and HAS BLED in the managementof anticoagulation in PHC. Methodologically, 43 medicalresponsible technicians for basic health units (UBS) were interviewedduring a meeting of Primary Health Care (PHC) RTs in the PHCcentral building located at 276, Harry Dannemberg, St., Itaquera,ARCHIVES OF MEDICINE, HEALTH AND EDUCATION. 2023. v.1 n.1, p.78-98Página | 80São Paulo-SP, 08270-010, for recycling these professionals. Thesearch took place over 2 days, 26 and 27 November. As a result,through this work it was possible to verify, by the answers to thequestionnaire made for the sample of PHC physicians studied, thatthey do not feel comfortable with the anticoagulation theme anddo not have sufficient knowledge for this (the vast majority). In sum,although they do not feel safe with the management ofanticoagulation, they were receptive when giving suggestions suchas "training" ("we need a lesson on the theme", "workshop on thetheme" and "creation of a protocol for PHC”).
DOI: https://doi.org/10.63080/amhe.v1n1.p78-98
Acessar PDF do Artigo