ARTIGO

Acompanhamento do Distúrbio Mineral e Ósseo na Doença Renal Crônica: o Papel da Fosfatase Alcalina Óssea e Quando Utilizá-la

Autores: Nicole Maciel Miasato<br /> Fabiana Rodrigues Hernandes
Palavras-chave: Distúrbio mineral e ósseo, doença renal crônica, fosfatase alcalina, gama glutamiltranspeptidase, Mineral and bone disorder, chronic kidney disease, alkaline phosphatase, gamma glutamyl transpeptidase
Resumo: O distúrbio mineral e ósseo (DMO) é uma das complicações mais frequentes da doença renal crônica (DRC); saber como se encontra a remodelação óssea é fundamental para o tratamento. Para isso, os marcadores séricos de reabsorção (CTX) e/ou formação óssea (fosfatase alcalina- FA) são utilizados na tentativa de trazer informações que a biópsia óssea obtém com acurácia. A FA total é o exame utilizado na prática para avaliar remodelação óssea; seus valores reduzidos podem refletir uma doença óssea de baixa remodelação e seus valores elevados, uma doença de alta remodelação. Porém a FA total é composta por várias frações, conforme a distribuição pelos tecidos, principalmente os ossos, fígado e placenta, logo, sua elevação pode decorrer da elevação de outras frações, como a hepática, dificultando a sua interpretação no contexto do DMO. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho foi avaliar a aplicabilidade da dosagem da FA óssea (FAo) como marcador de remodelação óssea nos pacientes sob diálise com DMO-DRC. Trata-se de um estudo retrospectivo, com coleta de dados ambulatorial de 28pacientes com DRC dialítica e DMO-DRC no período de2018 a 2021. A rotina laboratorial incluiu solicitação de GGT,FA, PTH intacto, 25 OH, cálcio e fósforo. Os pacientes foram separados em dois grupos, um com GGT normal e outro, elevada. No grupo dos pacientes com GGT elevada, foi dosada a FAo. As variáveis numéricas foram tratadas como média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil e as variáveis nominais como porcentagens. Análise estatística realizada com IBM SPSS Statistics, versão 23.0. Os dois grupos avaliados foram pareados para idade (54,7±10,1) e sexo(masculino 37,5%). O resultado do estudo evidenciou que não houve diferença estatística entre as variáveis demográficas avaliadas, inclusive história prévia de hepatopatias ou doenças das vias biliares e também não foram encontradas diferenças estatísticas no perfil metabólico ósseo. Numa primeira análise de correlação de todo o grupo de 22pacientes, identificamos que a FAO se correlaciona coma FA total e a FA total correlaciona-se com o PTH intacto. Nesse grupo, a GGT não se correlacionava com a FA total. Para uma segunda análise, foram subtraídos, do grupo de22 pacientes, 6 pacientes em diálise que vinham cursando com HPT grave e FAO > 50. Nesse grupo, encontramos uma correlação da FA total com a GGT e não houve correlação da FAO com a FA total, bem como da FA total com o...
Título em Inglês: Follow-up Of Mineral And Bone Disorders In Chronic Kidney Disease The Role Of Bone Alkaline Phosphatase And When To Use It
Resumo em Inglês: Mineral and bone disorder (MBD) is one of the most frequentcomplications of chro-nic kidney disease (CKD) and knowinghow bone remodeling is found is essential for treatment.For this purpose, serum reabsorption markers (CTX) and/or bone for-mation (alkaline phosphatase-FA) are used inan attempt to bring information that bone biopsy providesaccurately. Total AF is the test used in practice to assess boneremodeling, its low values may reflect a low-remodelingbone disease and its high values a high-remodeling disease.However, the total AF is composed of several fractions,depending on the distribution by the tissues, mainly thebones, liver and placenta, therefore, its increase may resultfrom the increase of other fractions, such as the liver, makingits interpretation difficult in the context of BMD. Therefore, theaim of this study was to evaluate the applicability of boneAF (FAo) measurement as a marker of bone remodeling indialysis patients with CKD-MBD. This is a retrospec-tive studywith outpatient data collection of a total of 28 patientswith dialytic CKD and CKD-MBD, from 2018 to 2021. Thelaboratory routine included requesting GGT, FA, intact PTH,25 OH, calcium and phosphorus. Patients were divided intotwo groups, one with normal and one with elevated GGT. Inthe group of patients with elevated GGT, FAo was measured.Numeric variables were treated as mean and standarddeviation or median and interquartile range, and nominalvariables as per-centages. Statistical analysis performed withIBM SPSS Statistics, version 23.0. The two evaluated groupswere paired for age (54.7±10.1) and sex (male 37.5%). Theresult of the study showed that there was no statisticaldifference between the de-mographic variables evaluated,including a previous history of liver disease or biliary tractdiseases, and we also found no statistical differences in thebone metabolic profile. In a first correlation analysis of theentire group of 22 patients, we identified that FAO correlateswith total AF and total AF correlates with intact PTH. In thisgroup, GGT did not correlate with total AF. For a secondanalysis, 6 dialysis patients who had been undergoing severeHPT and FAO > 50 were subtracted from the group of 22patients. In this group, we found a correlation between totalAF and GGT and there was no correlation between FAO andtotal AF, as well as between total AF with PTH.
DOI: https://doi.org/10.63080/amhe.v2n3.p70-78
Acessar PDF do Artigo