Abordagem Conservadora e Cirúrgica Em Crianças Vítimas de Violência por Mordedura Humana na Face: Uma Revisão Sistemática

Autores: Marília Beatriz Lelis Francisco<br /> Dulce Maria Fonseca Soares Martins

Palavras-chave: mordedura humana, violência infantil, reconstrução facial, cirurgia plástica, Tratamento, human bite, child violence, facial reconstruction, plastic surgery, treatment.

Resumo: O objetivo deste trabalho é avaliar o reparo cirúrgico e conservador na face em crianças que foram acometidas por violência interpessoal através da mordedura humana. Metodologicamente, trata-se de uma revisão sistemática de estudos relacionados à temática em um período de 40 anos (1982-2022), tendo como referência as bases de dados MEDLINE (National Library of Medicine), Lilacs, Pubmed e Scielo. Foram analisados os títulos, os resumos e os artigos completos, quando os primeiros não eram esclarecedores sobre o assunto do artigo em si. A população escolhida foi a de crianças de até 12 anos, pertencentes a ambos os sexos que foram vítimas de violência por mordedura humana com alteração da estética facial e de necessidade de reconstrução cirúrgica ou apenas tratamento conservador. Como resultado, foram encontrados 301 resultados inicialmente, utilizando os descritores preestabelecidos na metodologia, dos quais 18 cumpriam os requisitos de inclusão e foram selecionados para compor o presente estudo. Os principais achados demonstraram que o fechamento primário das mordeduras humanas na face em crianças, juntamente com irrigação e desbridamento de tecidos de acordo com a gravidade da lesão, são mais indicados. O uso de antibióticos é recomendado a fim de se diminuírem as taxas de complicações decorrentes da mordedura, sejam elas cosméticas ou funcionais. O fechamento tardio e a programação cirúrgica com a cirurgia plástica são preferíveis em lesões infectadas, sendo realizadas concomitantemente com a antibioticoterapia e a drenagem do foco infeccioso. Deve-se avaliar o estado de imunização do paciente contra tétano e o risco de exposição a raiva, hepatite B, hepatite C, HIV e outras doenças que podem ser contraídas pela mordedura humana. Conclui-se que há falta de evidências científicas que unam a mordedura humana como forma de violência infantil, sendo necessários mais estudos sobre o assunto para se auxiliar em investigações futuras e manejo de tal trauma; ademais, ressalta-se a importância do tratamento plástico envolvido no cuidado central da lesão por mordedura humana, com contribuição para a reconstrução física, minimizando as futuras sequelas estéticas, psíquicas e funcionais dessa...

Título em Inglês: PLASTIC APPROACH IN CHILDREN VICTIMS OF HUMAN FACE BITE VIOLENCE: A SYSTEMATIC REVIEW

Resumo em Inglês: The objective of this work is to evaluate the surgical and conservative repair of the face in children who were affected by interpersonal violence through human bite. Methodologically, this is a systematic review of studies related to the subject over a period of 40 years (1982-2022), using the MEDLINE (National Library of Medicine), Lilacs, Pubmed and Scielo databases as reference. Titles, abstracts and full articles were analyzed when the first ones were not enlightening about the subject of the article itself. The population chosen was that of children aged up to 12 years old belonging to both sexes who were victims of violence by human bite with alteration of facial aesthetics and need for surgical reconstruction or only conservative treatment. As a result, initially, 301 results were found using the descriptors pre-established in the methodology, of which 18 met the inclusion requirements and were selected to compose the present study. The main findings showed that the primary closure of human bites on the face in children, together with irrigation and tissue debridement, according to the severity of the injury, are more indicated. The use of antibiotics is recommended to reduce the rates of complications resulting from the bite, whether cosmetic or functional. Delayed closure and surgical planning with plastic surgery are preferable in infected lesions, with antibiotic therapy and drainage of the infectious focus being performed concomitantly. The immunization status of the patient against tetanus and the risk of exposure to rabies, hepatitis B, hepatitis C, HIV and other diseases that can be contracted by human bite should be evaluated. Therefore, there is a lack of scientific evidence linking human biting as a form of child violence, and further studies on the subject are needed to assist in future investigations and management of such trauma; moreover, importance of plastic treatment involved in the central care of the human bite wound must be emphasized, contributing to physical reconstruction, minimizing the future aesthetic, psychological and functional sequelae of this child.